Hoje, nesta postagem, a reflexão não é minha, mas achei que valia a pena postá-la, até para que seja, no futuro, quem sabe, retomada, no bojo de alguma inquietação.
Antes da citação, porém, recordei-me de que alguém me disse uma vez que quem escreve e quem faz questão de pensar deve sempre ter por perto um papel e uma caneta, uma caderneta de anotações. É esse o papel do meu computador.
Direto, pois, ao assunto, decidi transcrever o seguinte trecho do livro "O humanismo como categoria constitucional", do Doutor em Direito Constitucional da PUCSP e atual Ministro do STF, Carlos Ayres Brito:
"Pois o certo é que o humanismo não se tem feito acompanhar senão de uma prática muito aquém dos prometidos mundos e fundos. Tem sido algo muito mais retórico do que real. Bom para a auto-estima das pessoas patrimonializadas e dos países ditos desenvolvidos, mas incapaz de esconder a vexatória verdade de que somente uma micro-minoria de seres humanos é que vive de regular para ótimo. Já a macro-maioria, muito ao contrário, vive mesmo é de ruim para péssimo. Como evidenciam dramáticos desníveis de riqueza e de saber entre os Estados Unidos da América do Norte e países membros da União Européia, de um lado, e, de outro, parte dos países da Ásia e a grande maioria dos povos da África e da América do Sul. Tanto quanto as gritantes assimetrias entre habitantes dos próprios Estados mais ricos. No interior deles, então. Não sendo despropositado dizer, trocadilhando, que o planeta está empanturrado de gente com fome."